terça-feira, 1 de maio de 2012

A bruxa




E ela levantaria os olhos para o céu. E a reza estaria neles – claros grandes, brilhantes... esperançosos – antes das palavras-resmundos-lamúrias que diria. Mãos vazias para o alto.
Dona Nandinha era uma bruxa. Pelo menos para mim. Guri que fui. E que na sua presença aprendi o mundo que via, lia e dizia.
Mas era uma daquelas bruxas boa de abraçar. Na flacidez dos anos e da pele fria. Estranha para mim. Guri de sete anos e com o calor todo do corpo nas pernas que corriam ruas inteiras. Hoje memória e história.
Vizinha da minha mãe. Mais velha que todos. Antes do médico era ela que corria para as casas-chá-efusões-xarope-rezas-beijos carinhosos nas crianças-histórias fantásticas anteriores a qualquer memória.
Pequena. Gordinha. Cabelo crespo. Olhos redondos. Voz grave e forte. Firmeza nas mãos e nas pequenas pernas que se recusavam a temer ou respeitar a imposição do tempo.
Uns diziam curandeira, parteira outros. Rezadeira, mais alguns. Mas de profissão costurava. Com linha construía. Edificava, reformulava a vida de todos que a circundavam.
Remendava e reconstituía os pedaços de todos nós. Cortava o que não prestava, cerzia nossas feridas, remendava com cores alegres nossas dores.
Pela manhã. Cedo. Fazia o mate. Quente como o fogo e ligava o pequeno rádio. Baixinho cochichava no ouvido da nossa bruxinha as novidades do mundo e seus perigos. E ela levantava os braços e olhos para o céu e rezava. Segurava com suas rezas o mundo todo e todo o seu peso. E era feliz.
E era forte a Dona Nandinha. A casa era repleta de bis quis, vasos de flores e incensos. Retratos pelas paredes em molduras antigas. Guardanapo bordado na mesa da cozinha e no tampo do fogão. A leitura
Tinha um gato que não era dela. Dizia. Mas comia e dormia na casa. Godot era o nome. Ela lia. E fazia ler. Às vezes nos pegava na rua e nos tomava a leitura: Moby Dick, As viagens de Gulliver, Sítio do Pica-Pau, contos de fadas, as Mil e uma noites...
Na época era um suplício, mas lembro que depois – na rua – nos gabávamos para os amigos: “Tive que ler dez páginas do livro tal... e o outro retrucava cheio de segurança e superioridade: Pois faltam dez páginas para eu ler o livro todo!”
Era uma bruxa sim. E vivíamos envoltos em magia.
Um dia Dona Nandinha morreu. Venderam a casa, os livros e o gato fugiu. Fugiu para minha casa. Envelheceu lá. Eu com ele. Hoje é lembrança. Memória mágica.
Ligo o rádio. Os olhos para o céu. Profundo céu de possibilidades. Estou constrangido... mas levanto as mãos. Busco um pensamento que se avizinhe de Deus. Faço uma reza resgatada dos confins da minha infância.
Sorrio. A vida é boa. Uma nuvem sorri para mim. Tem a cara da Dona Nandinha.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pequenos romances






Dizer o quê?

O buquê de flores em mão fria e morta.

Dizia que não amava. Que não o amava mais. Já amara. Mas não agora, visto que o tempo de maligno e distancioso cansava os prazeres e os sabores do corpo e da alma das gentes.

E as palavras eram de rosto sem raiva, rancor ou pena. Rosto branco de indiferença destas que tanto faz como tanto fez ou que fará. E as flores morriam no peito e na mão de tão sofredor vivente. Morrente?

Como podia? Como podia rosto-lápide dizer de tal forma tudo o que dissera? E pior. Como pudera dizer o que ficara por baixo da palavra dita. Como podia?

Devia xingar. Gritar e dizer que não merecia. Que era bom, respeitador, merecedor dos respeitos das famílias todas. Dos patriarcas às matriarcas, homem sério e de futuro garantido por diploma em escola pública dos alfabetos todos compostos, de letra em papel e discurso na língua... que já ensaiava até umas políticas. Convite não faltava. Palanque foguete e braço erguido. Nome respeitado de família e tradição.

E agora essa? Vergonha?

Era coisa de outro, que se insinuava? Corpo que se avizinhava de olhos e sorrisos maldosos, enfeitiçando as condições estáveis e amorosas dos outros? Seria outro. Homem das caras lisas e sorrisos brancos, desses de passos leves que dançam e gracejam e lisonjeiam, e piscam e flertam sem pudor?

Seriam desses que mostram que não prestam e atraem as inocências da meninas tolas, cheias de sonhos e luas nos olhos e fogo no corpo?

Se fosse era coisa de bala e revólver. Que dissesse o nome, sobrenome e procedência. Que dissesse onde, quando e como. Que a encomenda por justiça e honra já estava sendo feita.

Rasa cova e chumbo quente. Era disso que se tratava?

Não? Não era?

Era coisa dessas do coração que para desavisado de gostar e sentir carinho e seca assim sem mais. Coisa dessas que aflige os homens e mulheres. O final de todos os pontos. Secura que risca a garganta. E não há mais jeito ou forma ou maneira.

O outro já não passa de distância e lembrança. Vaga imagem que o tempo lambe e consome depressa. Com flores na mão e tudo.

E o coração? Um dar de ombros responde. Alheio. Seco. Sorriso que se esforça por transformar constrangimento em naturalidade.

E as flores?

O chão. Cova ao pé da porta que se fecha. Silêncio. Desilusão.

Um homem que corre criança. Que chora.

Num flash

Num flash




Estava além de qualquer horário. Era intrigante. O relógio já não mais lhe apontava ameaçador, seus ponteiros pontiagudos. Livre. Livre?

Já não sabia. Não entendia qualquer liberdade. E enquanto a mulher retirava o corpo da cama e se preparava para trabalhar. Fingia dormir. Era um grande fingidor. Até felicidade fingia. Sorrisos, amenidades, afagos... era bom em fingir. Do outro lado do quarto ouvia o movimento da filha. Escola. Barulho na cozinha, banheiro. Vida. E ele fingia. Cerrava os olhos. Não pretendia ver. Não mais. Ou não era visto?

Mecanicamente recebia o beijo da esposa que saia. Certa vez, para teste, acomodou-se sob as cobertas a fim de esconder o rosto. Ela beijou o travesseiro. Nem sentiu. Mecânico. Mecânica. E saiu. Como sempre saia.

A filha gritava “até!” e ganhava as aragens da juventude. Ele fingia.

Aposentado. Aposentado da vida. O corpo teimava em ficar definhando na cama. Morrer dormindo... Tranqüilo. Era o que queria? Era?

Levantar. O corpo em movimento até o banheiro, o espelho o rosto. Quem?

Um mesmo rosto de sempre e de todos o observava sem emoção. Até com indiferença. Inchado pelo não-dormir-fingir.

De cuecas a TV. O sofá. Jogar o corpo novamente. Catástrofes. Mortes. Corrupção e sacanagem. Muita sacanagem em todas as esferas. O dedo erguido em afirmativa conclusão. Click. O silêncio da casa.

Terrível o silêncio da casa. A falta de fome, o sem-sentido da fome.

Então o banho. Escorrer. Diluir o corpo. Fluir pelo ralo. Desmanchar-se. Sabão para desinfetar a alma. Espuma para... para que a espuma? Água!



Na rua já não é mais “ele”. É todos os outros. Iguais. Rostos todos. Perde-se neste não-ser-quem-é infinito.

Todos são ele. Indiferentes. Mesma cara plantada, mesma cara lavada, mesmo desamor, desassossego, desilusão.

O jornal. Pelo caminhar até a banca. Pelo mover o corpo. Pelo pagar o papel. Pelo contato com o “Seu” Felipe da Esquina, o vendedor de mentiras. Era o próprio Felipe que se auto-intitulava. “Compre aqui, minhas mentiras são melhores que as dos outros...” e balançava a enorme pança numa gargalhada tão bem treinada que parecia até natural. Devia ser um outro fingidor, todos não eram?

Uma piada desprovida de qualquer humor, um comentário fatalista qualquer, um até logo. Pressionado sob o braço, levava o jornal até um banco já pré-determinado da praça. Sentava. Olhava para os lados. Ninguém. Nunca havia ninguém. E mesmo que houvesse seria ninguém. Cruzava as pernas, respirava fundo e passava os olhos naquele mundo de letras. Tédio. Um grande tédio. E então fazia o que fazia sempre. Página por página. Arrancava como pétala de rosa e largava ao vento. Certa vez um guarda o interpelou. “Por que isso?” Sorriu e ofereceu os pulsos juntos. Cadeia? O guarda olhou para aquele rosto velho e cansado, sorriu, balançou a cabeça, apanhou o jornal espalhado, jogou no lixo e afastou-se meneando a cabeça. “Esses velhos...”

Ele ouviu, pensou em mandar o guarda à “puta que o pariu”, mas estava entediado demais.

A filha ficava os dois turnos na escola, a mulher só voltava a noite. Comia o que havia deixado pronto do outro dia ou ( freqüentemente) fazia um lanche antes de chegar. Banho. Cama e sono. Fim.

Então era assim. Beliscava o dia todo. Não pelo prazer. Mas para não ter que sentar num restaurante ou lancheria. Odiava sentar para comer nesses lugares. Comprava um “Queque”, odiava “bolo inglês” e um refrigerante. Sentava no mesmo banco da praça e cumpria mais essa função. Se sentisse mais fome. Atravessava a praça e na padaria “Bom Pastel” comia um pastel de queijo. “Vai bem seu Floriano?”

Era esse o momento em que ouvia o seu nome pelo dia. Única vez. Às vezes ia à padaria só para ouvir o próprio nome. Estava desaparecendo. Sabia. Queria dizer isso para alguém. Mas ninguém queria ouvir. Sabia que estava desaparecendo. Seu nome valia um pastel de queijo. Só.

Sentia que o seu “sumimento” estava relacionado com todos os outros. Iguais. Mesmos. Já não fazia diferença. Eram os mesmos.

A mulher já não o distinguia do travesseiro. Para filha era um “Até...”.

Do outro lado da rua. Na frente da padaria, na praça. Lá estava ele, sendo outro. Outro que era ele. Velho. Sentado. Olhos perdidos. Corpo perdido no sem-horário-dever-viver. Outro. Outro-eu. Pensou. E muitos estavam. Iam e vinham.

Na praça o fotógrafo de crianças esperava. Antigo. Antiquado. Na era “das informáticas”, teimava em “tirar” fotos com uma máquina vetusta e um cavalinho de pau. “Senta aqui meu filho...” e o menino chutava o brinquedo e negava-se ao ridículo. A mãe pedia desculpas e “arrastava” a criança e o fotógrafo perdia o dinheiro.

“Uma foto?” perguntava surpreso.

Ele sentou em um banco de madeira oferecido pelo profissional. Pensava que uma foto ia redefini-lo. Identificá-lo novamente. Não estava preparado para a desorganização do corpo, para des-identificação.

“Sorria...” Ele não sorriu. Um flash. Desapareceu.

Por alguns instantes o fotógrafo ficou em silêncio. Olhou para o banco vazio. Para o nada. Pensou...

Sentou novamente e esperou um outro freguês.





IPÊ-AMARELO






Era velho. Então datilografava o texto. Era louco. Então não havia a máquina. E estava só. E as personagens eram reais. Quase. Eram as que caminhavam a sua frente. E as que andavam às suas costas. E as que não via. E as que não lembrava.

O escritório era o banco da praça. Sob a sombra da árvore antiga. Do outro lado era a rua e o inferno. Gostava de assistir o inferno. Relatar o inferno. Descrever o inferno. Na sombra. Era velho. E datilografava o mundo. O seu mundo.

E o inferno era além da praça e da sombra. As latas com rodas que apertavam e esmagavam “confortavelmente” as pessoas. Era também as pedras que solidificavam todos os caminhos. Caminhos que levavam sempre a um mesmo lugar.

Era velho. E adorava a sombra. Morreria quando o levassem dali, quando a filha que já não agüentava suas esquisitices resolvesse “aprisioná-lo” no quarto. “Prefiro a sombra” diria, mas de nada adiantaria. Confinado ao quarto e ao olho vibrante da tv.

Mas agora estava ali. Escrevendo seu livro como fazia todo o dia. Era isso que dizia: “O que o senhor estava fazendo pai?” “Escrevendo.” E se dirigia para o fundo da casa. Sentava na cadeira de praia e olhava as nuvens em metamorfose.

Mas estava, agora, na sombra da tabebuia. Aos pés o amarelo. Cor. Gostava da cor. Mas gostava da cor fora do seu livro, fora do seu texto. O texto devia ser duro. Seco. Mas o amarelo era bonito. E ela. A árvore. Reinava única na praça. O resto de verde. Mas a sombra não. Os sorrisos sim. A grande maioria. O da filha com certeza. Amarelo.

Do outro lado da rua o menino parou. “Me olhou como se fosse – eu – uma criatura de outro planeta. Talvez fosse. Então atravessou a rua e sentou do meu lado. Era da rua. Ou a rua era dele. Com certeza. Era o dono da rua. Da rua e de todas as suas possibilidades. Perguntou meu nome. Olhos que atravessam a imagem e questionavam a alma. Grandes. Minha alma é minúscula. Não falei. Velho. Tenho o medo como elemento de sustentação da vida. Minha vida. Ele sorriu. Sabia que estava me intimidando. Perguntou o que eu fazia. ‘Escrevo’, respondi, ele deu uma gargalhada, quando parou de rir, já outro moleque estava do meu lado. Cercado. ‘Quem é o velhote Língua?’ Língua era o apodo do primeiro. ‘Sei lá, disse, tava me olhando estranho, vim conferir.’ O segundo aproximou o rosto do meu. Olhos claros de ameaçar e intimidar. Os meus eram tão antigos que afogariam os dele. Desviei. Meus olhos são de outros tempos, de fantasmas cheio. O menino nada tem a ver com minhas dores. ‘Fala aí meu velho – e pôs firmemente a mão sobre o meu ombro – Tá fazendo o quê por estas bandas? Não sabe que é perigoso andar sozinho?’ Olhei o céu. Claro. O sol. O amarelo das flores do ipê no chão. Tudo era perigoso. ‘Só estou escrevendo’ falei. O primeiro gargalhou novamente: ‘O velhote é louco, tá variando.’ O segundo já tava metendo a mão no meu bolso. ‘Melhor passar a grana vovô...’ mas eu não era avô de ninguém. Minha filha não queria. Não gostava de crianças. Ele abriu minha carteira; vazia. Levantei, para ir embora, acabar com aquela cena, enfadonha, triste... o primeiro empurrou. Meu corpo morreu no chão. O amarelo das flores como colchão. Um homem correu. Os meninos atiraram. Pela boca. Palavrões que eu nunca me animara proferir em público. E fugiram pelo verde.”

Parou de escrever. Onde estava o homem? A carteira estava no bolso. A roupa limpa. As flores amarelas...

O que era real no texto?

Do outro lado a mãe apanhou a mão do menino e foram. Ele ainda o olhava. Um E.T?

Foi então que ela chegou. A filha. Procurando. No vento que se fazia. Brisa que desarranjava as flores do chão e precipitavam outras da árvore. Ela não via. Não enxergava. Buscava em vão. Olhos que tinham suas raízes na inquietação. Sentou no banco, mão no rosto. Não via. Levantou e saiu. Os corpos não coabitavam os mesmos espaços. Ela não o viu sair. Ele não a viu ficar.

Logo o vento sopraria um lençol de flores amarelas pela memória.

O sol iria dizimando a sombra, clareando e iluminando tudo. Ofuscando. Queimando. E não haveria mais ninguém escrevendo no banco do Ipê-amarelo.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

DE COMO SE DESTRÓI UMA ESTRUTURA OU... ALICE DE PEDRA NA MÃO






Cabelos loiros e de nome Alice. Baixinha e simpática. Sorriso de contar histórias. Fadas e essas coisas. Bela. Sorridente. O pai largou a mão. Mãozinha açucarada da fazer carinho e apontar pequenas e fúteis necessidades. Agachou-se a menina. A pedra chamava. Redonda e pesada. Na palma cabia, se aconchegava. Pedra e mão. Mão e pedra. E o pai distante. Negócios, contas e mulheres, pois era desses que o corpo ardia por qualquer mulher. Fraco. Da carne. Enquanto o corpo permanecia na tolerância e na possibilidade de um provável "bom-comportamento", os olhos e a mente se esbaldavam na luxúria que só a imaginação é capaz. Mas ela era forte. Ela e a pedra. E do outro lado a vidraça e ela e o pai e a pedra. E o mundo que passava atrás, no meio e na frente. Quebrou.

Foi. Pelo ar. E com um "ufa!". Sim, com ponto de exclamativo esforço de menina que arremessa pedra e violência. Desabou a vidraça. Nua a janela e a possibilidade dos traspassamentos. E o pai abriu a boca em espanto que de dentro advém. Espanto. Boquiaberta a janela pelada em vidro que não mais é. Atravessamento. A menina sorri. Sorriso de boca que não se abre em dentes brancos, mas que pelos olhos. Olhos que sorriem o não saber o que se faz. Mas que é bom. Fazer. Em seguida todos os verbos e discursos estariam em combate. Palavras emaranhadas em ríspidas acusações e encabuladas desculpas. Discurso que se desprende, afasta a menina e a outra pedra. As ruas não deveriam ter pedras para as meninas de sorrisos nos olhos. Esta possuía. Possuía todos os desejos selvagens das meninas de cinco anos.

E agora foi o carro. Alvejado. Fera abatida, assustado gemendo, bufando fumaça e impropérios. Mais gente, mais verbos, exclamações que cravavam na sensatez de qualquer decisão. Aturdido, ofendido, humilhado. O pai apanhou outra pedra, grande. Paralelepípedo. Quadrado. Ao ar e aos gritos. Vôo. Cubo voador. Nave espacial, peso puxado. Torpedo que se volta. Revolta. O povo se afasta. E o carro azul parado na rua recebe nas costas o peso. A pedra. E grita. E o povo grita; êxtase.

A menina já está com outra pedra, e as vidraças vão caindo. Logo um senhor velho, carcomido pelo tempo para em frente à menina. Olhos severos. Ela sorri e apanha a pedra que ele oferece. É a destruição.

As pessoas enlouquecidas arrancam as pedras da rua e jogam nas casas, nas lojas nos carros. A polícia chega e é apedrejada. Os políticos chegam e são apedrejados. E abandonam seus postos cargos e carros e apedrejam. Todos de pedras na mão. Mas não há sangue, não há mortes. As pedras procuram o que não é vida. E as mulheres choram e os homens choram. E quebram tudo. E a epidemia toma conta do universo. Pelas ruas, pelas cidades, pelos estados, pelos países. As cidades morrem na estrutura. Na forma e conteúdo.