tag:blogger.com,1999:blog-24133040456322877842023-11-16T10:45:06.906-08:00AHAB"...quando precisa inventar novos conceitos para terras desconhecidas, caem os métodos e as morais, e pensar torna-se, como diz Foucault, um "ato arriscado", uma violência que se exerce primeiro sobre si mesmo."
(DELEUZE,Gilles. Conversações.p.128)Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.comBlogger93125tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-34491532023948135092017-09-25T12:33:00.001-07:002017-09-25T12:33:56.086-07:00Barro e palavras
O que busco?
Neste maravilhoso mundo de terrores tantos.
Lindos.
Alices e coelhos. Chapeleiros.
O que busco? Neste poço em que me atiro.
Lanço, mergulho, me afundo?
O que me busca do fundo deste espaço
profundo? Um mundo?
De letras o mundo que me cobre. Cobra
que se enrosca em frase e verbo e discurso, e me aperta a garganta e sufoca.
Outro mundo que habito no veneno da
serpente queRonie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-46739297517132814642017-09-25T12:27:00.001-07:002017-09-25T12:27:20.213-07:00PALAVRA QUE FALTA
E era a palavra. A que faltava. Não a
que se esperava. Previsível. Normal. A de sempre. Nem a inventada sob
forma e fornalha. Quente. Agredida e
medida, escrava e escavada em árido terreno. Brilho efêmero e calculável.
Era aquela outra. Da boca de um povo que
ainda não era. Ainda não pronunciada. Uma palavra por vir. Mais de força que de
regras. Mais de potência que de gramática.Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-14532272852477537902017-09-24T17:44:00.000-07:002017-09-24T17:44:00.416-07:00Sobre páginas e corpos
24/09/2017
As palavras haviam sumido. Da boca
sua. Da folha nua. Branca e imoral.
Oco. O mundo de criar. De criar
mundo, morto. Já não era deus. Nem nada.
Era só... o só.
Sozinho entre o desperdício de
energia e a incompletude de frases.
Uma bomba. Pensava em uma bomba. Arrebentar
com o silêncio do branco, grudar-se em Moby Dick até a derradeira morte. Trágica,
Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-76610258605561025672015-02-18T14:43:00.002-08:002015-02-18T14:43:59.505-08:00PIRULITOS E VELHOS
Era um fusca. Branco. Antigo. Dentro ela. Jovem.
Bonita. Simpática. Na rua ele. Bicicleta e suor. Fone no ouvido. Música
encharcando corpo e espírito. Corpo e espírito no corpo musical do momento. Um
olhar. Simples e curto. Distante e tão incrivelmente perto. E os carros, e as pessoas, e o tempo sem dó.
Dor. E o nunca mais. E o para sempre.
O agora é diferente.
Velho e sem Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-61441718898686245522014-01-03T10:00:00.002-08:002014-01-03T10:00:26.970-08:00Nununha Cabeção
NUNUNHA CABEÇÃO
Ronie Von Rosa
Martins
Cabeção. Óculos enormes. Cabelos
desgrenhados. Olhos que consumiam o visto. Braços magros e mãos finas. Dedos
compridos de lambuzar nos textos e chupar o dedo.
Ele não viu a menina que entrou
na biblioteca. Toda a biblioteca viu. Simplesmente linda. Mas ele não viu.
Cravado estava no Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-76055732832265979282013-08-06T05:27:00.001-07:002013-08-06T05:27:43.834-07:00"Uma" Escrita: Você gostaria de participar de uma experiência de ..."Uma" Escrita: Você gostaria de participar de uma experiência de ...Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-65428289900220391952013-08-06T05:25:00.003-07:002013-08-06T05:25:30.466-07:00"Uma" Escrita: Velhos na esquina"Uma" Escrita: Velhos na esquina: Ser velho era uma coisa interessante... Pensava. Buscava formas de justificar, amenizar certas contrariedades, certos... ou incertos ...Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-87739179570250564792013-07-09T05:02:00.003-07:002013-07-09T05:04:21.299-07:00“INHO”
Tinha
um nome com “inho”. Na verdade não era um nome. Era apelido. Mas era como se
fosse. Ninguém conhecia o outro. Aquele
sem o “inho”. Não sabia se gostava. Não
gostava?
Ainda
não tinha decidido. Inferioridade ou carinho?
Ou achavam que tinha alguma coisa a ver com feminilidade? O povo
começava a colocar um “inho” no final dos nomes e em seguida os “caras” abriam
o “Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-72319823319310131902013-01-22T18:48:00.000-08:002013-01-22T18:48:07.384-08:00Acuado
Estaria cansado? Sim,claro. Um
estado de lassidão. Imensidão de nada. Caminhar no deserto? Sem água? Quase.
Quase o deserto. Talvez a multidão. A desértica multidão. Todos e nada.
Qual a estratégia? Haveria
alguma? Estavam acostumados a todas as estratégias, agiam como inimigos. Não
que houvesse algo para isso. Mas como um tipo, uma personagem, uma posição. A
linha que diferenciava.
Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-76814097004168527752012-09-01T08:14:00.001-07:002012-09-01T08:14:46.294-07:00Cartografia de um delírio
Primeiro foi o estômago. A necessidade de uma certa saciedade. E o encontro com todos os corpos presos a esta saciedade. Corpos que reduzem os espaços. O restaurante é uma grande estômago. E somos o alimento. Comida. Comendo. Os olhos nem vêem. Mas o calor é sentido. E enquanto caminho equilibrando meu prato de arroz salada e um singular peixe frito, percebo a dificuldade de locomoção do meuRonie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-92007655408662108712012-07-24T16:20:00.003-07:002012-07-24T16:20:55.471-07:00Minha caricatura feita pelo artista KAZUO no site EntrementesRonie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-51760799236667306482012-06-19T13:44:00.001-07:002012-06-19T13:44:38.208-07:00A ceia: a palavra na mesa
A palavra. Forma estendida. Entendida e servida. Servida à fome. A palavra ceia. Para matar a fome. O rito. Ritual da mesa. Posta. Ao redor os corpos. Organização do corpo-mesa. E nela eles. Objetos da nossa fome. Da nossa fome de significar. Estratos do nosso estar na mesa. Estáticos. Calmos. Senhores do território. Da mesa posta. Dóceis. Todos. Já não há distinção. Somos todos. Eles. Os Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-23828258346573004482012-05-01T05:40:00.001-07:002012-05-01T05:40:13.710-07:00NA CARNE
E não era ninguém quando morri. Apenas o
espaço vazio da porta e a dor na barriga. E já os olhos me iam com imagens de
indefinição.
Um rosto estranho. Pálido. E um estampido
a me arder a carne. Segundos. E só eram os pés dele que via.
Sapatos de brilho singular. Minha cara de
espanto, distorcida no verniz dos pés dele. Meu olho queRonie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-51416348443243395612012-05-01T05:09:00.000-07:002012-05-01T05:09:03.133-07:00PERIGO
O sol estava como se não
estivesse. Sombrio o dia. Espaços delimitados de calor e luz. Fracos. Débeis. A
cor era o cinza. Assim como o espírito. Cinza.
E caminhava por aqueles dias
mortos. Passos arrastados. Olhos cinzas. Quarenta e sete anos cinzas. A
tentativa do sorriso foi um fiasco. Não sabia rir. Nem mesmo com sarcasmo. O
sorriso fora impugnado, interditado. Definitivamente não Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-7592843171000887452012-05-01T05:03:00.001-07:002012-05-01T05:03:25.620-07:00A velha
Todo cão é um bicho. O
homem. Bicho também. Pensou a velha. Sentada na cadeira. Rosto na janela.
Moldura antiga. Vetusta imagem do tempo gravada. Nas rugas que percorriam todas
as carnes que compunham o rosto da velha.
A televisão era a janela. Sempre a janela. E o fora do mundo. O seu.
A rua e sua oferta. Pobre
a rua. Mas proposta. Que recusara há muito. A janela bastava. E os Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-1528623481909034252012-05-01T04:56:00.003-07:002012-05-01T04:56:46.634-07:00Palavras sopradas
Colocou os óculos.
Imagem ampliada. Consciência? Sorria diante da folha virtual. O mundo era
virtual. Mas era real também. Realidade em devir. E o sorriso era algo por aí.
Misto de chegar e não. Coisa que não se decide em ironia ou dor. Indecisão. Cisão. E começou.
Escrever. A música alta
no pátio procurava caminhos outros. A atenção se esvaindo em nota e letras.
Engenheiros. Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-33676326455058658732012-05-01T04:54:00.002-07:002012-05-01T04:54:52.004-07:00A bruxa
E ela levantaria os olhos para o céu. E a reza estaria neles
– claros grandes, brilhantes... esperançosos – antes das
palavras-resmundos-lamúrias que diria. Mãos vazias para o alto.
Dona Nandinha era uma bruxa. Pelo menos para mim. Guri que
fui. E que na sua presença aprendi o mundo que via, lia e dizia.
Mas era uma daquelas bruxas boa de abraçar. Na flacidez dos
anos e da pele fria. Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-14370630000511676452012-02-07T14:46:00.001-08:002012-02-07T14:46:13.200-08:00Pequenos romances
Dizer o quê?
O buquê de flores em mão fria e morta.
Dizia que não amava. Que não o amava mais. Já amara. Mas não agora, visto que o tempo de maligno e distancioso cansava os prazeres e os sabores do corpo e da alma das gentes.
E as palavras eram de rosto sem raiva, rancor ou pena. Rosto branco de indiferença destas que tanto faz como tanto fez ou que fará. E as flores morriam no peito e Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-37327078485283301072012-02-07T14:45:00.001-08:002012-02-07T14:45:06.232-08:00Num flashNum flash
Estava além de qualquer horário. Era intrigante. O relógio já não mais lhe apontava ameaçador, seus ponteiros pontiagudos. Livre. Livre?
Já não sabia. Não entendia qualquer liberdade. E enquanto a mulher retirava o corpo da cama e se preparava para trabalhar. Fingia dormir. Era um grande fingidor. Até felicidade fingia. Sorrisos, amenidades, afagos... era bom em fingir. Do outro Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-3279911509383819882012-02-07T14:42:00.000-08:002012-02-07T14:42:08.005-08:00IPÊ-AMARELO
Era velho. Então datilografava o texto. Era louco. Então não havia a máquina. E estava só. E as personagens eram reais. Quase. Eram as que caminhavam a sua frente. E as que andavam às suas costas. E as que não via. E as que não lembrava.
O escritório era o banco da praça. Sob a sombra da árvore antiga. Do outro lado era a rua e o inferno. Gostava de assistir o inferno. Relatar o inferno. Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-65832192708920762972011-09-29T10:30:00.000-07:002011-09-29T10:30:57.404-07:00Revista Virtual Partes - Crônicas - Os homens que não amavam as mulheresRevista Virtual Partes - Crônicas - Os homens que não amavam as mulheresRonie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-28062610791586011842011-09-29T09:19:00.000-07:002011-09-29T09:19:45.396-07:00Revista Biografia: Ronie Von Rosa Martins - [Poeta Brasileiro]Revista Biografia: Ronie Von Rosa Martins - [Poeta Brasileiro]: Ronie Von Rosa Martins - ronieev@gmail.com Professor - Português/Inglês - Pedro Osório/Cerrito - RS Pós-graduado em Literatura Contemporânea...Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-18630344370637822442011-09-22T12:58:00.001-07:002011-09-22T13:00:55.580-07:00DE COMO SE DESTRÓI UMA ESTRUTURA OU... ALICE DE PEDRA NA MÃO
Cabelos loiros e de nome Alice. Baixinha e simpática. Sorriso de contar histórias. Fadas e essas coisas. Bela. Sorridente. O pai largou a mão. Mãozinha açucarada da fazer carinho e apontar pequenas e fúteis necessidades. Agachou-se a menina. A pedra chamava. Redonda e pesada. Na palma cabia, se aconchegava. Pedra e mão. Mão e pedra. E o pai distante. Negócios, contas e mulheres, pois era Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-56593036286184679672011-09-20T16:20:00.001-07:002011-09-21T03:15:56.663-07:00Ronieev's bloghttp://ronieev.wordpress.com/
Este é o link do meu outro Blog com cara nova. Uma espiadinha não dói!Ronie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2413304045632287784.post-79333485745700983872011-09-20T15:20:00.000-07:002011-09-20T15:20:44.869-07:00Da beleza e suas medidas
Quando se fala em beleza, muita coisa vem à baila. Afinal, o que é o belo? A beleza é uma medida? Uma
quantidade? Quem decide o que é belo?
Quem avalia a beleza? Quem dá valor aos conceitos do que seria o belo? Quem
determina que algo é mais ou menos belo.
Que critérios estéticos são considerados. Que cultura prevalece sobre as outras
nesse quesito? Era nisso que pensavaRonie Von Rosa Martinshttp://www.blogger.com/profile/01272596018698467005noreply@blogger.com0