terça-feira, 8 de dezembro de 2009

NONADA

"- Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja. Alvejei mira em árvore no quintal, no baixo do córrego. por meu acerto. Todo dia isso faço, gosto; desde mal em minha mocidade. Daí, vieram me chamar. Causa dum bezerro: um bezerro branco, erroso, os olhos de nem ser - se viu -; e com máscara de cachorro. Me disseram; eu não quis avistar. mesmo que por defeito como nasceu, arrebitado de beiços, esse figurava rindo feito pessoa. Cara de cão: determinaram - era o demo. Povo pracóvio. Mataram."

(ROSA, Jão Guimarães. Grande Sertão: Veredas, p.1)

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